quarta-feira, 10 de novembro de 2010

PROJETO - VAMOS BRINCAR DE POESIA?

ESCOLA SEMENTE VIVA
PROJETO VAMOS BRINCAR DE POESIA?
FAIXA ETÁRIA: 5ANOS
PERÍODO: NOVEMBRO E DEZEMBRO DE 2010

JUSTIFICATIVA

Os poemas servem para emocionar, divertir, fazer pensar por meio das mais belas palavras. Ao apresentarmos este texto para as crianças estamos tanto despertando o sentimento pelo belo, como contribuindo com novas referências de comunicação oral.
O ritmo dado à “sonoridade das palavras e às pausas para dar musicalidade ao poema”, e às vezes as rimas presentes em alguns poemas, deixam as crianças literalmente encantadas e dispostas a reproduzir oralmente estes textos, e muitas vezes, se o professor lhes der oportunidades, a criar outros a partir das referências apresentadas.
Este projeto é um convite para que as crianças brinquem e aprendam com a poesia, pois a poesia é um suporte extraordinário para despertar na criança a brincadeira. Permite o envolvimento com o imaginário, com o faz-de-conta que, segundo Vygotsky, “é um dos grandes contributos para o desenvolvimento da linguagem escrita”. (OLIVEIRA, 1996, p.69).

Objetivos com as crianças:

• Ampliar as possibilidades de comunicação e expressão por meio dos poemas.
• Familiarizar-se com a escrita por meio do manuseio de livros de poemas.
• Apreciar a leitura de poemas realizada pela professora.
• Escolher livros de poesia para ler e apreciar.
• Conhecer e reproduzir oralmente poemas selecionados pela professora.
• Selecionar e escolher poemas para serem socializados em DVD, amostra literaria, etc.
• Compartilhar com as famílias o trabalho realizado por meio do empréstimo do material produzido (CD, livro, etc).
• Organizar o espaço da sala ou outro utilizado de forma que as crianças sintam-se confortáveis e convidadas a ocupar o papel de leitoras.
• Realizar todos os dias a leitura de um texto poético e escolher alguns para ficarem expostos no painel de textos da sala.

Conteúdos:

• Participação em situações de leitura de poemas.
• Participação em situações em que os alunos são os leitores, ainda que não convencionalmente.
• Uso da linguagem oral para reprodução oral de textos poéticos.
• Produção de texto oral com destino escrito (situações nas quais as crianças ditam para o professor os texto que já conhecem ou que serão produzidos).
• Observação e manuseio de materiais impressos (livros de poemas, textos poéticos expostos na sala).
• Escrita de listas.
• Resolução de cruzadinhas
• Outras atividades de leitura e escritas que forem surgindo no decorrer do projeto.


Alguns encaminhamentos...

1- Deixar os livros de poemas nos cantos de leitura da sala.
2- Ao expor os textos no painel de textos, cuide para que o ambiente não fique muito poluído, três por vez em uma ou duas semanas é o suficiente. E lembrem-se, recorrer diariamente a eles é uma ótima oportunidade para que as crianças possam reproduzi-los oralmente sozinhas.
3- Sempre que apresentar um novo poema, retomar os que já foram apresentados para observar se as crianças se lembram.
4- Poemas expostos no mural.
5- Levantar os conhecimentos das crianças sobre o texto poético. Para tanto, apresentar um texto do livro e perguntar se conhecem algum parecido.
6- Ateliês de poemas. Organizar cantos com livros de poemas e compartilhar leituras com as crianças. Deixar os livros na sala para ficarem permanentemente expostos.
7- Leitura de alguns poemas contidos nos livros da sala. Escolher um poema para deixar no painel de textos. Digitar na presença das crianças o poema escolhido.
8- Escolher um poema com rima, ler para as crianças e retirar algumas palavras para que elas tentem substituir por outras.
9- Combinar com as crianças o que será feito com tudo isso que estão aprendendo. Ou seja, escolher o produto final. Oferecer alguns modelos para ajudar na escolha: escutar um CD de poemas ou apresentar outros materiais já produzidos.
10- Escrita junto com as crianças de um bilhete destinado aos pais para explicar o projeto que está sendo desenvolvido e solicitar a contribuição de textos poéticos que conhecem ou livros que possuem.
11- Apresentar em cópias coloridas alguns poemas do livro infantil. Fazer o registro das falas e em seguida ler o texto original em voz alta para o grupo. Sugestão: Aproveitar os textos orais produzidos pelas crianças para compor com as ilustrações que serviram de inspiração.
12- Socializar os materiais enviados pelas famílias e deixar expostos no painel de textos da sala.
13- Selecionar com as crianças alguns poemas preferidos para digitar, ilustrar e organizar uma pasta de empréstimo.
14- Escolher uns poemas para compor o produto final.
15- Malinha de leitura para o aluno levar para casa para socializar com a familia a leitura dos poemas de José paulo Paes, contendo coletânea com os poemas, caderno de desenho e lápis coloridos

Sugestões de livros de poesias e cds

• Poemas para brincar - José Paulo Paes. Ática
• Rimas no país das maravilhas - José Paulo Paes. Ática
• CD DePaesParaFilho – PauloBi
• CD Brincando com as palavra de Moran



MALINHA QUE EU FIZ PARA OS ALUNOS LEVAREM PARA CASA





POEMAS DE JOSÉ PAULO PAES PARA COLETÂNEA

CADÊ?
NOSSA! QUE ESCURO!
CADÊ A LUZ?
DEDO APAGOU.
CADÊ O DEDO?
ENTROU NO NARIZ.
CADÊ O NARIZ?
DANDO UM ESPIRRO.
CADÊ O ESPIRRO?
FICOU NO LENÇO.
CADÊ O LENÇO?
FOI COM A CALÇA.
CADÊ A CALÇA?
NO GUARDA- ROUPA.
CADÊ O GUARDA-ROUPA?
FECHADO À CHAVE.
CADÊ A CHAVE?
HOMEM LEVOU.
CADÊ O HOMEM?
ESTÁ DORMINDO
DE LUZ APAGADA.
NOSSA! QUE ESCURO!
JOSÉ PAULO PAES


PARAÍSO.
SE ESTA RUA FOSSE MINHA
EU MANDAVA LADRILHAR,
NÃO PARA AUTOMÓVEL MATAR GENTE,
MAS PRA CRIANÇA BRINCAR.

SE ESTA MATA FOSSE MINHA
EU NÃO DEIXAVA DERRUBAR.
SE CORTAREM TODAS AS ÁRVORES,
ONDE É QUE OS PÁSSAROS VÃO MORAR?

SE ESTE RIO FOSSE MEU,
EU NÃO DEIXAVA POLUIR.
JOGUEM ESGOTOS NOUTRA PARTE,
QUE OS PEIXES MORAM AQUI.

SE ESTE MUNDO FOSSE MEU,
EU FAZIA TANTAS MUDANÇAS,
QUE ELE SERIA UM PARAÍSO
DE BICHOS,PLANTAS E CRIANÇAS.
JOSÉ PAULO PAES


PURA VERDADE
EU VI UM ÂNGULO OBTUSO
FICAR INTELIGENTE
E A BOCA DA NOITE
PALITAR OS DENTES.
VI UM BRAÇO DE MAR
COÇANDO O SOVACO
E TAMBÉM DOIS TATUS
JOGANDO BURACO
EU VI UM NÓ CEGO
ANDANDO DE BENGALA
E VI UMA ANDORINHA
ARRUMANDO A MALA.
VI UM PÉ DE VENTO
CALÇAR AS BOTINAS
E O SEU CAVALO-MOTOR
SACUDIR AS CRINAS.
VI UMA MOSCA ENTRANDO
EM BOCA FECHADA
E UM BECO SEM SAÍDA
QUE NÃO TINHA ENTRADA.
É A PURA VERDADE,
A MAIS NEM UM TIL,
E TUDO ACONTECEU
NUM PRIMEIRO DE ABRIL
JOSÉ PAULO PAES




PASSARINHO FOFOQUEIRO

UM PASSARINHO ME CONTOU
QUE A OSTRA É MUITO FECHADA,
QUE A COBRA ÉMUITO ENROLADA,
QUE A ARARA É UMA CABEÇA OCA,
E QUE O LEÃO MARINHO E A FOCA..
XÔ , PASSARINHO! CHEGA DE FOFOCA!




JOSÉ PAULO PAES






ACIDENTE
ATIREI UM PAU NO GATO,
MAS O GATO
NÃO MORREU,
PORQUE O PAU PEGOU NO RATO
QUE EU TENTEI SALVAR DO GATO
E O RATO
(QUE CHATO!)
FOI QUEM PORREU.



JOSÉ PAULO PAES






CONVITE

POESIA
É BRINCAR COM PALAVRAS
COMO SE BRINCA
COM BOLA, PAPAGAIO, PIÃO.
SÓ QUE
BOLA, PAPAGAIO,PIÃO
DE TANTO BRINCAR
SE GASTAM.
AS PALAVRAS NÃO:
QUANTO MAIS SE BRINCA
COM ELAS
MAIS NOVAS FICAM.
COMO A ÁGUA DO RIO
QUE É ÁGUA SEMPRE NOVA.
COMO CADA DIA
QUE É SEMPRE UM NOVO DIA.
VAMOS BRINCAR DE POESIA?

JOSÉ PAULO PAES




RARIDADE

A ARARA
É UMA AVE RARA
POIS O HOMEM NÃO PÁRA
DE IR AO MATO CAÇÁ-LA
PARA A PÔR NA SALA
EM CIMA DE UM POLEIRO
ONDE ELA FICA O DIA INTEIRO
FAZENDO ESCARCÉU
PORQUE JÁ NÃO PODE VOAR PELO CÉU.
E SE O HOMEM NÃO PÁRA
DE CAÇAR ARARA,
HOJE UMA AVE RARA,
OU A ARARA SOME
OU ENTÃO MUDA SEU NOME
PARA ARRARA.

JOSÉ PAULO PAES



FICÇÃO CIENTÍFICA

DEPOIS DE UMA VIAGEM
PELO ESPAÇO SIDERAL,
O ASTRONAUTA CHEGOU AO SEU DESTINO FINAL:
UM PALNETA DIFERENTE
CUJO EM-CIMA ESTAVA EM-BAIXO
E O ATRÁS FICAVA NA FRENTE.
UM PLANETA TÃO ESTRANHO
QUE A SUJEIRA ERA LIMPA
E A ÁGUA TOMAVA BANHO
UM PLANETA MESMO LOUCO
ONDE O UITO ERA NADA
E O TUDO MUITO POUCO.
UM PLANETA DOS MAIS RAROS:
O SEU OURO ERA DE GRAÇA,
O LIXO CUSTAVA CARO.
O ASTRONAUTA NÃO GOSTOU
E FOI-SE EMBORA. QUANDO
PENSOU ESTAR MUITO LONGE,
VIU-SE OUTRA VEZ CHEGANDO
NUM PLANETA ONDE, ALIÁS,
O EM-BAIXO FICAVA EM-CIMA
E A FRENTE ESTAVA POR TRÁS…
TEM MAIS: …
JOSÉ PAULO PAES



ADIVINHA DOS PEIXES

QUEM TEM CAMA NO MAR? O CAMARÃO.
QUEM É SARDENTA? ADIVINHA. A SARDINHA.
QUE NÃO PAGA O ROBALO? QUEM ROUBÁ-LO.
QUEM É O BARÃO NO MAR? O TUBARÃO.
GOSTA A LAGOSTA DO LAGO? ELA GOSTA.
QUANTOS PÉS CADA PESCADA TEM? HEM?
QUEM PESCA ALEGRIA? O PESCADOR?
QUEM PÔS O POLVO EM POLVOROSA? A ROSA.


JOSÉ PAULO PAES



RODA

CIRANDA CIRANDINHA
VAMOS TODOS CIRANDAR.
E SE O CIRO NÃO ANDAR
NÓS O LEVAMOS NAS COSTAS:
APOSTO QUE O CIRO GOSTA,
NAS TUAS COSTAS OU NAS MINHAS,
DE DANÇAR COM A PERNA ALHEIA
A CIRANDA CIRANDINHA.
VAMOS DAR A MEIA-VOLTA
VOLTA E MEIA VAMOS DAR.
MESMO SE A MEIA FURAR
E SE FURAR O SAPATO
DAREMOS POR DESACATO
VOLTA SEM MEIA OU SAPATO,
VOLTA E MEIA EM PÉS DESCALÇO
CANTANDO TODOS BEM ALTO:
Ó CIRANDA CIRANDINHA
VAMOS TODOS CIRANDAR
VAMOS DAR MEIA-VOLTA
VOLTA E MEIA VAMOS DAR.
JOSÉ PAULO PAES




METAMORFOSE

ME RESPONDA VOCÊ
QUE PARECE UM SABICHÃO:

SE LAGARTA VIRA BORBOLETA
POR QUE TREM NÃO VIRA AVIÃO?



JOSÉ PAULO PAES









CHATICE

JACARÉ,

LARGA DO MEU PÉ

DEIXA DE SER CHATO!

SE VOCÊ TEM FOME,

ENTÃO VÊ SE COME

SÓ O MEU SAPATO,

E LARGA DO MEU PÉ,

E VOLTA PRO SEU MATO,JACARÉ.

JOSÉ PAULO PAES






O PESADELO

CERTA NOITE EU SONHEI QUE EMBAIXO DA CAMA HAVIA UM
MONSTRO MEDONHO.
ACORDEI ASSSUSTADO E FUI OLHAR: DE FATO EMBAIXO DA CAMA
ESTAVA UM MONSTRO MEDONHO.
ELE ME VIU, SORRIU E ME DISSE GENTIL:
“ DURMA! SOU APENAS O MONSTRO DO SEUS SONHOS”.
JOSÉ PAULO PAES
JOSÉ PAULO PAES






VALSINHA

É TÃO FÁCIL
DANÇAR
UMA VALSA,
RAPAZ...
PEZINHO
PRA FRENTE
PEZINHO
PRA TRÁS.
PRA DANÇAR
UMA VALSA
É PRECISO
SÓ DOIS.
O SOL
COM A LUA
FEIJÃO
COM ARROZ.

JOSÉ PAULO PAES



GATO DA CHINA

ERA UMA VEZ
UM GATO CHINÊS
QUE MORAVA EM XANGAI
SEM MÃE E SEM PAI,
QUE SORRIA AMARELO
PARA O RIO AMARELO,
COM SEUS OLHOS PUXADOS,
UM PARA CADA LADO.
ERA UM GATO MAIS PRETO
QUE TINTA NAQUIM,
DE BIGODES COMPRIDOS
FEITO MANDARIM,
QUE QUANDO ESPIRRAVA
SÓ FAZIA “CHIN!”
ERA UM GATO ESQUISITO:
COMIA COM PALITOS
E QUANDO TINHA FOME
MIAVA “MING-AU!”
MAS LAMBIA O MINGAU
COM SUA LÍNGUA DE PAU.
NÃO ERA UM BICHO MAU
ESSE GATO CHINÊS,
ERA ATÉ LEGAL.
QUER QUE EU CONTE OUTRA VEZ?
JOSÉ PAULO PAES



MEU AUTOMÓVEL

EU TENHO UM AUTOMÓVEL DIFERENTE
QUE NÃO ASSUSTA BICHO
NEM ATROPELA GENTE.

UM AUTOMÓVEL
QUE ESPERA NA SUA
ATÉ TARTARUGA
ATRAVESSAR A RUA.

UM AUTOMÓVEL
QUE NÃO GANHA CORRIDA
MAS NUNCA FEZ NINGUÉM
PERDER A VIDA.

UM AUTOMÓVEL
QUE DURANTE A VIAGEM
SEM PRESSA NEHUMA
ADMIRA A PAISAGEM.

UM AUTOMÓVEL
QUE NÃO POLUI O AR.
SUBAM NELE CRIANÇAS:
VAMOS PASSEAR.
JOSÉ PAULO PAES




S


O SAPO SALTOU NA SOPA
DE UM SUJEITO QUE, SEM MAIS PAPO,
DEU-LHE UM SOPAPO E GRITOU:
— OPA!
NÃO TOMO SOPA DE SAPO!


JOSÉ PAULO PAES







PESCARIA

UM HOMEM
QUE SE PREOCUPAVA DEMAIS
COM COISAS SEM IMPORTÂNCIA
ACABOU FICANDO COM A CABEÇA CHEIA DE MINHOCAS.
UM AMIGO LHE DEU ENTÃO A IDÉIA
DE USAR AS MINHOCAS
NUMA PESCARIA PARA SE DISTRAIR DAS PREOCUPAÇÕES.
O HOMEM SE DISTRAIU TANTO
PESCANDO
QUE SUA CABEÇA FICOU LEVE
COMO UM BALÃO
E FOI SUBINDO PELO AR
ATÉ SUMIR NAS NUVENS.
ONDE SERÁ QUE FOI PARAR?
NÃO SEI
NEM QUERO ME PREOCUPAR COM ISSO.
VOU MAIS É PESCAR.

JOSÉ PAULO PAES

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